quinta-feira, 17 de maio de 2012

com 3 letrinhas apenas se escreve a plavra mãe

Ontem o autocarro vinha cheio. Ia sentada num banco sozinha e o meu telemóvel tinha ficado sem bateria. Sem nada com que me distrair, e com os olhos cansados da paisagem em movimento, as conversas alheias tornaram-se mais nítidas: "Estou lixada, a minha mãe vai-me dar tanto na cabeça quando chegar a casa!".
É! pareceu-me um refrão de uma daquelas canções muito, muito, muito conhecidas, já que o pensamento "tenho que aturar aquela pessoa simultaneamente fantástica e chata que se chama mãe" já incorporou todas as cabecinhas que por aí vagueiam, ou quase todas. Pensei tantas vezes assim. Ainda penso, às vezes (mas é só às vezes!).
É difícil ser filho. Quando se é criança é do melhor, mas quando começamos a crescer, a coisa torna-se um nadinha mais complicada. É o ter de dar explicações para tudo o que se faz, é o não podermos decidir o que queremos fazer com total liberdade, é o "mas o que é que tens filha, fala comigo" quando o que mais queremos é fecharmo-nos no quarto e não ver ninguém o resto do dia. E a lista prossegue. É difícil.
Mas também deve ser difícil ser mãe... É voltar a crescer já em adulto. Parece contraditório, e acho que é por isso que se torna difícil. E tentar pensar como alguém menos completo... E a responsabilidade de orientar uma vida, uma vida que se criou. Uma vida, grande responsabilidade! Não sei, deve ser muito difícil. Um dia saberei...
Vou ter mais paciência para as tuas paranóias, mãe, mas esta coisa entre mães e filhos tem de ser reciproca, por isso, peço-te que arranjes paciência para as minhas também. Amo-te




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