sábado, 27 de outubro de 2012







Só existo eu
Tudo o resto sou eu
Tudo o resto não é nada
Sou apenas eu

Penso, existo
Tudo  o resto não existe,
Porque não penso por tudo o resto

Esta coisa de saber que a única coisa que existe realmente sou eu, E o que está para além de eu, Pode não existir... 
Há coisas que tornam o mundo vivo, estes pormenores sublimes que dão sentido a isto tudo. Isto tem tudo de existir, vá lá... acreditar nisso é o meu conforto.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Que saudades que eu tenho tuas!!

Há quanto tempo, não é?! A verdade é que não tem sido por andar muito ocupado com coisas realmente importantes, é que este ano, sem muito da escola para fazer, parece que estou em estado permanente de férias, nem tenho desenhado nada de jeito, vejam só! E tenho andado alheada da blogoesfera (diguemos de passagem que não é só dos blogs... mas pronto).
Tenho tanto para dizer, que não vou dizer nada, não vos vou massar com coisas blá blá blá whiskas saquetas.
Tenho andado a fazer composições fotográficas a oficina, e é um trabalho que me está a dar um gostinho especial (é que depois vou recriar a composiçã escolhida a grafite, tinta da china e aguarela e depois vou fazer uma espécie de ilustração como trabalho final, não é tão fixe?!)

Aqui ficam algumas das minhas preferidas (até agora, já tenho cerca de 350...)





Mais coisas... Ah! Fui algures numa terça passada à Faculdade de Belas Artes em Lisboa com umas amigas, e fiquei "WOW, vivo numa terrinha mesmo cheia de "Vamos ser todos iguais!"". Vou ter de me adaptar a um estilo de vida completamente diferente, mas tenho cá um feeling que vou adorar e me vou tornar numa pessoa completamente diferente. Próximo objectivo: sair daqui para fora! Mais... Yap, já me inscrevi na viagem de finalistas, ainda não sei é muito bem com quem vou...mas pronto, estou entusiasmada. Andorra, acho que vou gostar de ti!

E pronto, acho que ficamos por aqui.
Ah não, quero só deixar-vos um poema que encontrei ontem enquanto estudava Português:


Há metafísica bastante em não pensar em nada.

O que penso eu do mundo?
Sei lá o que penso do mundo!
Se eu adoecesse pensaria nisso.

Que ideia tenho eu das cousas?
Que opinião tenho sobre as causas e os efeitos?
Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma
E sobre a criação do Mundo? Não sei.

Para mim pensar nisso é fechar os olhos
E não pensar. É correr as cortinas
Da minha janela (mas ela não tem cortinas).
O mistério das cousas? Sei lá o que é mistério!
O único mistério é haver quem pense no mistério.
Quem está ao sol e fecha os olhos,
Começa a não saber o que é o sol
E a pensar muitas cousas cheias de calor.
Mas abre os olhos e vê o sol,
E já não pode pensar em nada,
Porque a luz do sol vale mais que os pensamentos
De todos os filósofos e de todos os poetas.
A luz do sol não sabe o que faz
E por isso não erra e é comum e boa.
Metafísica? Que metafísica têm aquelas árvores?
A de serem verdes e copadas e de terem ramos
E a de dar fruto na sua hora, o que não nos faz pensar,
A nós, que não sabemos dar por elas.
Mas que melhor metafísica que a delas,
Que é a de não saber para que vivem
Nem saber que o não sabem?

Tudo isto é falso, tudo isto não quer dizer nada.
É incrível que se possa pensar em cousas dessas.
É como pensar em razões e fins
Quando o começo da manhã está raiando, e pelos lados das árvores
Um vago ouro lustroso vai perdendo escuridão.
Pensar no sentido íntimo das cousas
É acrescentado, como pensar na saúde
Ou levar um copo à água das fontes.
O único sentido íntimo das cousas
É elas não terem sentido íntimo nenhum.
Não acredito em Deus porque nunca o vi.
Se ele quisesse que eu acreditasse nele,
Sem dúvida que viria falar comigo
E entraria pela minha porta dentro
Dizendo-me, Aqui estou!
(Isto é talvez ridículo aos ouvidos
De quem, por não saber o que é olhar para as cousas,
Não compreende quem fala delas
Com o modo de falar que reparar para elas ensina.)

Mas se Deus é as flores e as árvores
E os montes e sol e o luar,
Então acredito nele,
Então acredito nele a toda a hora,
E a minha vida é toda uma oração e uma missa,
E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos.
Mas se Deus é as árvores e as flores
E os montes e o luar e o sol,
Para que lhe chamo eu Deus?
Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar;
Porque, se ele se fez, para eu o ver,
Sol e luar e flores e árvores e montes,
Se ele me aparece como sendo árvores e montes
E luar e sol e flores,
É que ele quer que eu o conheça
Como árvores e montes e flores e luar e sol.

E por isso eu obedeço-lhe,
(Que mais sei eu de Deus que Deus de si próprio?),
Obedeço-lhe a viver, espontaneamente,
Como quem abre os olhos e vê,
E chamo-lhe luar e sol e flores e árvores e montes,
E amo-o sem pensar nele,
E penso-o vendo e ouvindo,
E ando com ele a toda a hora.


Poema quinto, Alberto Caeiro.
Este homem é um génio!

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Esta vida de marinheiro está a dar cabo de mim, pa pa ra

Alo, alo! Cá estamos nós com falso entusiasmo para vir mostrar as coisas que por cá andamos a fazer. (não estão por ordem cronológica. Deixo-vo-los aqui todos desorganizados, tal qual como me encontro - numa confusão! e sad, sad, sad*1000)
Este foi um painel que pintámos na segunda aula de oficinas este ano. Era do tamanho da parede e o objectivo era deixarmos fluir o traço ao sabor dos diferentes ritmos musicais que estávamos a ouvir. Foi uma experiência engraçada)

Esta é para a frase que ele me está sempre e dizer "Todos temos uma criança dentro de nós, era o que Fernando Pessoa dizia, amor". Isto caracteriza, de certa forma, uma parte da minha personalidade, aquela que guardo comigo e só lhe mostro a ele e ao meu diário gráfico. Que saudades que tenho que me digas isto, andré...  

Para este têm de rodar a cabeça, porque não me apeteceu ir ao picasa editar a foto, estou sem cabeça, tal qual como no desenho - a explodir!

Outro. Este deu voltas e voltas ao mundo até encontrar forma. 

E este foi quando estive no Alentejo. Inspirado nele (para variar, não é?!)
Ahah, eu sei, não tem nada de especial, mas ilustra o dia em que ele me foi buscar ovos ao continente para fazer um bolo. E acabámos por fazê-lo os dois para depois levar para a casa da chica I. Foi no dia 15 do mês passado. Lembro-me porque passámos o jantar a ver aquela manifestação pacifica que deixou todo o português orgulhoso.
1º dia de aulas! Pois foi. Estava nostálgica dos pés à cabeça (é a tal coisa do não te sentires pertencer ao sitio onde estás). Fui desenhar para os banquinhos do Fuzeta (na vila, está claro! a ver o mar, que bom...), antes de ir ter com os chicos à Finny, papar um gelado e ir para a praia (aproveitar, que estava quase a acabar... e acabou cedo de mais)

Esta é a menina a apanhar flores que estava a desenhar no sábado, lembraste? A nossa piki a apanhar percebes. Quem diria... 

E o resultado do fim do dia de Sábado... 
Este foi ontem à tarde, a olhar para o mar. Fui para o pontão, sentar nas rochas (sabes porque...). Desenhei as gaivotas a levantar voo, não as vi ontem, mas lembrei-me daquele dia em que fiquei perplexa a olhar para aquele fenómeno e tu sem perceber o encanto daquilo. 
E este foi o último que fiz. É um avião de papel com uma mensagem escrita para ti. É estúpido, mas enquanto o construía tive a ingénua sensação de que o estavas a ler. Eu escrevi o que sinceramente te desejava dizer agora. Mas não pode ser

Sim, este post foi escrito para ti, para me sentir mais perto de ti, porque esta distância está a torturar-me. Tenho pensado em ti todos os dias, tal qual como me disseste para fazer (e se não tivesses dito, fá-lo-ai à mesma, porque não consigo não o fazer). É uma forma de matar as saudades que tenho tuas, mas sabes, elas continuam cá à mesma, não se vão embora, e cada vez são mais. Estou a ouvir aquela música que me mostraste dos apocalyptica. Faz-me tanto lembrar-te... Um beijo, espero que o meu avião de papel chegue até ti.