quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

"Não dá para esconder o que eu sinto por você ara, não dá..."

Há uma música que começa assim: "Não dá para esconder o que eu sinto por você ara, não dá, não dá, não dá, não dá. Só sei que o corpo estremece as pernas desobedecem, inconscientemente a gente dança, as mãozinhas então me balançam, quando eu passo eu vou atrás, só sei que o araketu é bom de mais"

É a música do moscatel na praia a rir or causa de ovelhas, é a música das rodinhas de samba no vista, é a música das noites da sede a fazer o fato ou a ensaiar com a Carina, é a música de nós as quatro depois das festas da tripa, é a música das noites na fortaleza, é a música das escondidas no gliese e das noites no bota a dançar até cair para o lado. Esta é a música dos jogos de hóquei no gds e das tardes de praia na pedra alta. Este é a música do inicio da minha adolescência, da altura em que dançava no meio da rua sem me preocupar com nada e que cantava música brasileira sem a achar pimba. É a música das tardes a comer crepes com chocolate, das tardes na vila a ouvir os ensaios das escolas de samba e do cheirinho a Carnaval que se fazia sentir.  Este é a música que me lembra que a minha vida está cheia de coisas boas para recordar.

Existe um música, esta música, que é a minha preferida. Porque é a que diz menos, e me diz tudo, diz-me quem eu sou. Diz-me a minha essência. Diz-me que tudo é simples, e é nessa simplicidade que sou feliz. Diz-me que toda a ambição que sinto agora, sim essa! não me faz feliz como estas coisas simples. Esta música mostra-me que não tive uma adolescência como a de todas as outras pessoas, com muitos amigos passageiros e beijinhos em mil rapazes e de coments no hi5. Diz-me que tive uma adolescencia única, diferente mas perfeita. Diz-me que hoje não sou a típica miuda, mas a miuda que em criança quiz ser. A miuda de artes que adora desenhar e ser livre e alegre e apaixonada pelas coisas simples.

Sempre que oiço esta música lembro-me que fui e sou muito feliz.

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