quarta-feira, 28 de março de 2012

Ontem o dia foi estranho...
Misturei no meu dia dois ingredientes cuja harmonia entre ambos resultou num sabor nem bom, nem mau, estranho!
Fui ontem a um funeral. Nunca antes tinha ido a algum. É difícil compreender o fim da vida, se às tantas, é certo e sabido, o fim é tão triste. Tudo acaba ali para alguém, num campo verde e amplo, exibindo o seu rosto e umas palavras confortantes numa pedra fria e defunta. É triste.
Foi difícil ver a minha amiga chorar assim, sofrer assim, olhando para o infinito, como se chamasse por ela. É difícil imaginar como irá seguir em frente. É difícil querer dar-lhe aquilo que a conforta, se isso é tão inalcansável como o céu. É difícil encontrar a palavra certa, o gesto certo... É Cruel e injusto.
Carreguei esta mágoa até à praia, e enterrei-a por momentos na areia. Este foi também o meu primeiro dia de praia deste ano.
A praia abraçou-me, abraçou-nos, e disse-me baixinho entre os suspiros do vento "Estás viva, faz bom uso dessa dádiva". E eu abracei a praia, e abracei-o a ele com força, e assim me mantive horas, para fazer bom uso desta dádiva.
O meu dia foi um contrabalanço. Horror. Felicidade.
Fica aqui, então um aviso: Quando cozinharem dias assim, cujo ingrediente 1 consta, de certeza, na ementa, levem no bolso uma pastilha. Estranho é sempre melhor que horrível.


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